Especialistas dão dicas de estudo para o concurso do INSS

sábado, 9 de fevereiro de 2008


Marta Cavallini Do G1, em São Paulo

Candidatos devem dedicar mais tempo às disciplinas com maior número de questões.
Um dos mais esperados do ano e com grande número de vagas, o concurso do INSS deve bater recorde de inscritos. Para quem não estava se preparando antes da publicação do edital restaram apenas dois meses e meio para estudar. O regulamento do concurso foi publicado no "Diário Oficial da União" no dia 28 de dezembro, e a prova será no dia 16 de março. O G1 ouviu especialistas sobre o que deve ser priorizado nesta reta final de preparação.
Os professores apontaram o direito previdenciário como a disciplina decisiva para o cargo de técnico previdenciário, pois está prevista tanto na prova de conhecimentos básicos como de específicos. Já no caso dos cargos de nível superior, as matérias com maior peso são as relacionadas às áreas de formação dos candidatos.
Conhecimentos específicos

Para o coordenador geral do curso preparatório Siga Concursos, de São Paulo, Carlos Alberto De Lucca, os candidatos devem dedicar mais tempo de estudo às disciplinas com maior número de questões.

No caso do cargo de técnico, a prova de conhecimentos específicos, que engloba somente legislação previdenciária, tem quase metade do número de questões - 70 das 150. Outras 50 são para conhecimentos básicos (ética e regime jurídico do serviço público, legislação previdenciária, língua portuguesa, raciocínio lógico, informática, matemática e atualidades). As 30 restantes são para conhecimentos complementares, que englobam basicamente teoria da administração.

"Os candidatos de ensino médio podem ter maior dificuldade para direito previdenciário e administração porque essas disciplinas não foram estudadas por eles no período escolar e, por isso, deve haver maior dedicação e, além disso, legislação da Previdência está tanto nos conhecimentos básicos quanto nos específicos", alerta.

Para analista, o que muda é que as 70 questões de conhecimentos específicos são voltadas para a área de formação acadêmica do candidato. No caso da prova de conhecimentos básicos, também com 50 itens, foi incluída a disciplina de direito previdenciário, além das mesmas previstas para técnico, com exceção da matemática.

O diferencial no cargo de analista é que a legislação previdenciária está nos conhecimentos básicos. Já estatística, matemática e administração financeira foram incluídas na prova de conhecimentos complementares, que tem o total de 30 questões e o menor peso. Além disso, nessa prova estão direito constitucional e administrativo.
Divisão de tempo

De Lucca recomenda ao candidato que estudar cinco horas por dia para o cargo de técnico dedicar duas horas para direito previdenciário, outras duas horas para as disciplinas dos conhecimentos básicos e uma hora para as de conhecimentos complementares.

"Vale ressaltar que todas as matérias têm de ser devidamente divididas levando em conta o tempo dedicado a cada área da prova".

Para De Lucca, ao dar um peso tão grande para direito previdenciário, o INSS quer que os aprovados já "treinem" durante os estudos e entrem para trabalhar no instituto com bom conhecimento da área de previdência. "Isso pode até fazer com que o treinamento dos aprovados seja mais rápido", comenta.

Já para o cargo de analista, De Lucca recomenda que os candidatos dediquem duas horas para conhecimentos específicos, outras duas para as básicas, com especial atenção para direito previdenciário, e uma hora para estatística, matemática e administração financeira, e direito constitucional e administrativo.

De Lucca alerta que a prova do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) é com questões de certo e errado e não de múltipla escolha, e ao assinalar uma alternativa erroneamente o candidato anula uma certa. "Por isso, não dá para chutar. Se não souber, é melhor deixar em branco", salienta.

Critério de desempate

Adalberto Pinto, professor de técnicas de estudo do curso preparatório Central de Concursos, de São Paulo, lembra ainda que as provas de conhecimentos específicos estão em segundo lugar no critério de desempate, abaixo apenas da idade, que é igual ou superior a 60 anos.

Pinto afirma que o Cespe/UnB costuma colocar temas recorrentes nos concursos que organiza. Por isso, ele recomenda que o candidato faça provas anteriores que a organizadora preparou para outros cargos, mas com o mesmo nível de escolaridade ao qual ele concorre, para as mesmas disciplinas previstas no edital do concurso do INSS. "Não tem nada melhor do que fazer exercício, e as provas são muito parecidas".

"Outra dica importante é o candidato prestar atenção em toda a prova. Geralmente as questões do Cespe se correlacionam. Uma questão pode ter relação com a resposta de uma pergunta lá na frente", diz. Ele afirma ainda que as perguntas podem ser divididas em fáceis, médias, difíceis e impossíveis. "O candidato não deve ficar desconfiado se ele pegar uma questão fácil, ela existe sim, e ao mesmo tempo não deve perder tempo com as impossíveis de serem respondidas".

Quanto à divisão de estudo, Pinto acha importante o candidato dividir de forma equilibrada o tempo destinado às disciplinas previstas no edital. "Mas se o candidato não tem noção de direito previdenciário ele deve dedicar uma manhã toda só para essa disciplina e o período da tarde para as demais".

Direito previdenciário

O professor de direito previdenciário Ítalo Romano Eduardo recomenda começar o estudo pela Constituição Federal e ler do artigo 194 ao 204.

Segundo ele, se o candidato fizer isso irá acertar de cara 20% da prova, que trata dos aspectos constitucionais da seguridade social, previdência, saúde e assistência.

“A prova é para o INSS, órgão que concede benefícios previdenciários. Por isso, o candidato deve priorizar essa parte em detrimento aos assuntos relacionados a custeio e financiamento da Previdência Social”.

Ele indica também que o candidato leia o decreto 3048/99, que regulamenta a Previdência Social, tanto na parte de financiamento da seguridade social quanto de benefícios. O decreto tem um total de 382 artigos, mas ele aconselha a dar ênfase do número 1 ao 193, que tratam dos benefícios. Já do 194 em diante os artigos falam de financiamentos e custeio.

"Se for estudar três horas, o ideal é dedidar duas horas para os artigos de 1 a 193 e uma hora para os demais".

Segundo ele, o edital cobra ainda a Instrução Normativa (IN) n° 20, que trata dos critérios adotados pela área de benefícios. "Isso quer dizer que a parte de benefícios será mais cobrada e terá um peso maior".

Segundo Eduardo, a IN n° 3, que trata de financiamentos, não é cobrada, portanto, é um indício de que essa área não será tão cobrada quanto a primeira.

Memorização

O professor cita um método de memorização que ensina aos alunos. Por exemplo, para lembrar quais são os benefícios previdenciários, faz-se a memorização usando a sequência de números 4, 3, 2 e 1. São 4 tipos de aposentadorias (por tempo de contribuição, idade, invalidez e especial), 3 tipos de auxílios (doença, acidente e reclusão), 2 tipos de salário (maternidade e família) e 1 tipo de pensão (por morte do trabalhador).

Para ele, candidatos ao cargo de técnico devem dedicar de 40% a 60% do tempo de estudo para direito previdenciário. Já o candidato a analista, de 30% a 40%.

"O que vai fazer a diferença, principalmente para o cargo de técnico é a legislação previdenciária, que usualmente não é cobrada em concursos públicos e tem grande número de questões".

Fonte:

http://g1.globo.com/Noticias/Concursos_Empregos

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